24 de mar. de 2013

Em Memória de My Chemical Romance

My Chemical Romance se separou na sexta-feira a noite (22), encerrando uma carreira que conseguiu durar por doze anos e que produziu o Rock 'n' Roll mais visceral e dramático dentre as bandas recentes.

Existe, com certeza, coisas que eles deixaram para nós - quatro álbuns, todos os quais são excelentes (e nenhum deles tem a música parecida com o anterior), dois DVDs com músicas ao-vivo, paletas de maquiagem pancake, vários cabides de fantasias elaboradas e um carretel de videoclipes tão épicos que deveriam provavelmente ser preservados por toda a eternidade - e, mesmo assim, nenhuma destas coisas fez jus ao que o My Chemical Romance realmente era. Pois eles foram uma banda feita de coisas intangíveis, eles eram mais sobre idéias e ações, esperanças e sonhos. Eles sempre existiram na mistura entre criatividade e conflitos. Esta é a razão pela qual eles eram uma grande banda e também pela qual com certeza eles irão fazer falta.

Eles "queriam mudar o mundo", "matar o rock and roll" e depois ressucitá-lo, usar a "arte como arma"... Talvez eles conseguiram fazer tais coisas, talvez não, mas isso de fato é irrelevante, pois My Chemical Romance foi uma banda rara, que se desafiava a sonhar alto e que realmente fazia isso.

Eles nasceram das cinzas de 11 de Setembro, quando o vocalista, Gerard Way, viu as torres gêmeas tombarem e decidiu que a única forma de trazer um sentido para o mundo seria criando uma banda. E pela década que se seguiu, ele e seus amigos nunca perderam essa vontade: MCR fez tudo ao máximo; tocaram músicas difíceis e rápidas, fizeram álbuns conceituais, produções elaboradas de seus shows, sempre integrando toda esta arte á sua música de uma maneira que poucas bandas conseguiram fazer. É por causa disso que essa separação é tão chocante - eles não saíram com armas brilhantes, mas com um pequeno anúncio postado em seu site. Mas se essa é a pior coisa que podemos dizer sobre eles, bem, eu prefiro acreditar que eles não estão ligando para isso.

É bizarro elogiar uma banda que sempre teve como tema principal a "morte"; é como se o MCR estivesse escrevendo seu atestado de óbito desde o começo. Então é melhor se lembrar deles não pelo o que eles fizeram, mas pelo o que eles ainda fazem: My Chemical Romance salvou vidas. A música deles e a mensagem que tinha nelas trouxe conforto para quem precisava, ajudou pessoas estranhas a se sentirem menos sozinhas, guiou a multidão pela escuridão levando ela para a luz. Eu sei, tudo isso parece artificial e até fácil demais, mas é a verdade. A relação entre MCR e seus fãs era diferente de qualquer outra que eu presenciei nesta década, e lembre-se que eu sempre estive acompanhando o Rock. Eu tenho a sensação de que isto vai continuar; a banda pode ter acabado, mas as músicas ainda sobrevivem.

Se MCR mudou o mundo? Talvez. Se eles mudaram vidas? Com certeza. Eu posso até não ter nenhuma prova para falar isso, mas de qualquer forma eu não preciso. É algo inalcançável para vocês, tem coisas que temos que acreditar. Se você está de luto hoje, as chances são de que você acredite no que estou dizendo. My Chemical Romance morreu, longa vida para My Chemical Romance.

Por James Montgomery para MTV (tradução feita pelo RDC, se copiar, por favor colocar os créditos).