15 de jun. de 2015

O novo Poltergeist é bem coxinha

Ontem eu fui assistir a nova versão do Poltergeist com meus amigos. É um ótimo filme, mas eu achei bem coxinha. O diretor decidiu seguir os padrões dos filmes recentes, usou (d)efeitos especiais demais e não explorou e temática, que me é tão boa, da versão original.


Lógico que quando se fala de Poltergeist, nunca se esquecem da "Maldição Poltergeist", isso por que em uma das cenas do filme original usaram cadáveres reais e muitos atores que participaram da versão original acabaram morrendo de causas misteriosas. Eu espero que isso não aconteça novamente, porém vale lembrar os motivos de tanto se falar desse filme.

A nova versão começa com a mesma história, uma família se muda para uma casa e essa casa será perturbada pelo tal "fenômeno Poltergeist", tudo parece bom no começo, porém o filme tem vários tropeços e não convence.

No original, fica bem claro que os espíritos estão destruindo o sonho americano. É um cemitério indígena que há abaixo da propriedade e os índios estão se vingando de quem destruiu, não apenas quem destruiu o cemitério, mas as pessoas que destruíram toda a cultura indígena, mataram índios, tomaram suas terras. O Poltergeist é uma espécie de organismo vivo, por mais que seja formado de vários espíritos, é como se a casa tivesse vida por si só. Isso se perdeu totalmente na nova versão.

Das cenas que valem dizer que ficaram boas nessa nova versão está a cena quando o drone entra dentro do armário, no original não vemos o que há dentro do armário em momento algum. Isso com certeza se deu através de influências daqueles filmes que acontecem em primeira-pessoa, que só surgiu pouco tempo depois da versão original com o clássico "Bruxa de Blair" e, claro, o mais famoso e recente "Atividade Paranormal".

O filme que é criado pelo mesmo diretor do remake de "A Morte do Demônio" (que aliás, sim, é um ótimo filme) deixa bastante a desejar. Em momento nenhum fica claro que os espíritos da casa se alimentam do medo, eles encontram uma solução fácil para destruir os espíritos, que sim, são destruídos. Na versão original isso não acontece, a família foge da casa enquanto a casa está caindo aos pedaços. Os espíritos não vão pro céu.

Essa nova versão deixou muitas lacunas se relacionarmos com o original. Eles perderam muitas boas cenas, por exemplo: é sério que eles acharam que amontoar livros assustaria mais que a cena das cadeiras do original? A cena das cadeiras até hoje me assusta e olha que o original é bem antigo. Outra cena que senti falta, definitivamente foi a cena da piscina, era uma cena que dava muito desespero da mulher nadando na piscina enquanto os corpos iam aparecendo na água suja, a água suja com cadáveres foi preservada em 2 cenas dessa nova versão, mas o medo provocado na versão original não permaneceu nessas novas cenas.

Quando falo que o novo Poltergeist é coxinha, estou falando até de cenas mais básicas. Na cena onde todos da casa estão sofrendo fenômenos paranormais ao mesmo tempo, eu lembro que, na versão original, a mãe está rolando e voando pelo teto da casa, enquanto a garota está sendo sugada para o armário, por que não mantiveram essa cena? Além disso, na versão original, os pais estão fumando maconha e não bebendo álcool quando o filho entra no quarto pra falar que está com medo, será que num momento tão importante quanto o atual sobre a legalização das drogas, tirar essa cena do filme foi uma boa opção? Será que o diretor acha que pais de família não podem fumar maconha? Não sei.

Por fim, o novo Poltergeist é coxinha porque decidiu seguir muitos filmes recentes de terror, porém apagou a temática, apagou a coragem do Spielberg e apagou quase toda a energia do original. Poderia ser um ótimo filme, se tivesse outro nome, mas como Poltergeist, eu esperava bem, bem mais.