5 de dez. de 2009

My Chemical Romance deixa de Lado Angústia Emo



SEM MAIS angústia. Sem reclamações. Sem ficar bancando a vítima. Quando o My Chemical Romance voltar no início de 2010 com seu quarto álbum, qualquer traço da angústia “sou eu e é tudo sua culpa” será substituído por temas de auto-suficiência e auto-conhecimento como “força” e “auto-preservação.”

Sim, emo está morto. Vida longa ao My Chemical Romance.

“Eu não quiz mandar os garotos que gostam de usar preto 20 anos no passado, não foi esse o objetivo. Pois levou muito tempo para podermos usar preto todos os dias.”

Gerard começa a rir. O vocalista está do lado de fora do Sunset Studios em LA, onde sua banda está no estágio final de mixagem de seu novo álbum, ainda sem título, com o produtor Brendan O’Brien.

“Mas eu acho que se você for se vestir como quem ouve o The Cure o tempo todo, você vai ouvir merda por isso.”

Way não ficou feliz com os anúncios de que garotos que usam preto estavam sendo agredidos durante o show da banda no Big Day Out em 2007. E descreve que crimes cometidos por ódio aos garotos emo com franjas assimétricas que ocorreram no México em 2008 como “um problema de diretos humanos”.

“Isso literalmente não fez sentido nenhum pra mim,” diz Way. “Tudo se resume a macho versus emotivo no final das contas. Se resume a tendências violentas versus falar sobre seus problemas.”

Mas principalmente, Way não estava contente quando ele pensou no que sua filha, Bandit Lee, nascida em maio desse ano, poderia pensar quando ouvisse o álbum anterior do My Chemical Romance, The Black Parade, e ouvisse quando fosse adolescente. Ela veria seu pai e companheiros de banda como vítimas que gostavam de reclamar?”

“Eu não achava que éramos,” esclarece Way.

“Eu sempre achei que havia uma grande quantidade de humor negro em tudo que estivessemos fazendo. Mas eu senti que ele foi mal interpretado, em modos realmente estranhos. Esse é o problema, quando você lança uma música, ela não é mais sua, é de outra pessoa, e elas podem interpretar da forma que quiserem.

“Mas eu sabia que o poder que a banda tinha estava no que lançassemos a seguir, então poderiamos explicar o que estavamos dizendo, poderiamos explicar como entendiamos de certo modo.

Ele jura que o My Chem 4.0, estará “bem explicitamente dizendo que todos nós não somos vítimas”.

Way, seu irmão, o baixista Mikey, os guitarristas Ray Toro e Frank Iero e o baterista Bob Bryar começaram a pré-produção do álbum em fevereiro.

“Nós começamos do zero absoluto, não trouxemos nada escrito durante a turnê.” diz Way.

Tempo é um luxo que a banda nunca teve antes, e Way diz que todo o tempo que for preciso pra editar, será observado em tudo que for feito em relação ao álbum, como a artwork.

A músicas por enquanto (embora os títulos possam mudar) incluem Still Alive, Trans Am, Death Before Disco, The Only Hope For Me Is You, Black Dragon Fighting Society, Kiss The Ring, Boy Division e a maravilhosa entitulada Save Yourself, I’ll Hold Them Back.

Way diz que cada faixa é uma música “ouvida pela primeria vez;” algo que ira te atrair desde a primeira vez que escutar.

“Foi por isso que demorou tanto, pois se algo não estivesse fazendo você sentir determinada coisa, então era descartada e tinha quer ser substituida por algo que fizesse você se sentir especial,” ele diz.

A Austrália será a primeira a ouvir as novas músicas quando o My Chemical Romance se apresentar em fevereiro no Soundwave Festival, embora o álbum não seja lançado até março.

Outra coisa que você não encontrará no novo álbum é a pompa conceitual e a teatralidade que ajudou o The Black Parade receber o álbum de platina na Austrália, Inglaterra e EUA.

“Vamos trocar a palavra teatral por cinematográfico dessa vez,” ele diz. “Se o Black Parade foi um grande show de rock cheio de elementos teatrais, então dessa vez é algo mais relacionado a filmes. Eu não acho que a banda irá perder essa estética ou arte – isso sempre tem que estar lá. Apenas significa que não estamos fazendo o que sempre fizemos; não quer dizer que não haverá nada excitante anexado a esse disco.”

Embora musicalmente mais curto e afiado, Way é cauteloso em usar o termo “mais simples”

“Se agora é simples, são sinos e apitos, e bandas de escola e coisas desse tipo. As músicas agora tem menos de quatro minutos, ou até menos. Para mim, isso é mais simples, removendo o excesso, aparando qualquer tipo de indulgência além da música.”

Crédito: MCR Brasil >> http://mcrbrasil.com/artigos/my-chemical-romance-deixa-de-lado-a-angustia-emo/

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